O Perigo da Vanglória
“Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso”. Jonas 2:8
Ao estudar o livro de Jonas, podemos notar o tremendo perigo da “vanglória”. Lembro-me de criança ter ouvido a ilustração do pianista e seu piano. “Concluída a apresentação, a audiência se pôs em pé para aplaudir e a uma voz gritou: Viva o piano! Bravo pelo piano! Não há melhor piano que este! Vendo a reação do público, o pianista ficou desconcertado”. Essa ilustração simples e contraditória nos ajuda a compreender dois fatos importantes em nossas vidas:
Primeiro: Deus é o intérprete (o pianista) que nos toca. É o seu toque cheio de amor que produz as melhores notas da vida.
Segundo: A glória deve ser para Deus e não para o instrumento humano (o piano). Existe o grande perigo de atribuirmos a nós os triunfos do evangelho e nos esquecermos que é Deus que dirige Sua obra e quem merece todo o louvor.
Na história de Jonas podemos aprender muitas lições: Por que Jonas fugiu? Porque teve medo de pregar em Nínive! No livro Profetas e Reis, E.G. White nos diz na página 266, qual foi o verdadeiro problema de Jonas: “Do ponto de vista humano, parecia que nada se poderia ganhar em proclamar tal mensagem nesta cidade tão orgulhosa”. Abertamente temia o fracasso, a perda da sua imagem e reputação como grande pregador que convencia e atraía as massas.
O sentimento de Jonas fica mais evidente quando Deus toma a decisão de perdoar Nínive depois de sua pregação. Nosso evangelista fica “extremamente desgostoso”. Por quê?, ele temia perder sua palavra, sua reputação e estava mais preocupado com o que as pessoas iriam pensar do que com o avanço da obra de Deus e a conversão sincera das almas. Podemos entender como maior profundidade a oração de Jonas no ventre do peixe e compreendemos que seu maior pecado era a “idolatria vã”, mencionada no verso de hoje.
E. G. White declara: “Cioso de sua reputação, ele perdeu de vista o valor infinitamente maior das almas nessa cidade infortunada” (Ibid., p. 271). Facilmente notamos que ele tinha uma séria dificuldade com a glória pessoal.
À medida que os anos passam em meu ministério, minha vida cristã, aprendi que a humildade é uma das qualidades mais importantes para que sejamos chamados de “obreiro digno de Deus”. Essa humildade nos faz compreender que é Deus quem dirige a obra e não nós.
Quantas vezes vi grandes pastores e pregadores sucumbirem diante da excessiva confiança em si mesmos e em suas obras. Vi muitos caírem depois de deixarem seu posto de responsabilidade no qual criam chegaram por seu mérito. Talvez para muitos a “vã idolatria” não é uma falta, mas um estado de absoluta consciência de que “aquilo que somos é o produto da imagem que criamos de nós mesmos à qual não estamos dispostos a renunciar”. Porém, sabemos que o Senhor ainda pode transformar nossos fracassos em vitórias. Embora não compreendamos todos os assuntos de nossa vida e de nosso ministério, o plano de Deus sempre é o melhor.
Nosso Pai celestial deseja usar-nos para sermos bênçãos; deseja que nossa vontade se submeta à Sua vontade em todos os aspectos de nossas vidas e deseja que compreendamos que “os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso”. Aceite hoje o plano de Deus para sua vida, com humildade e alegria. Que Deus o abençoe.
Enviado por: Pastor Alcemir